Que banco português faliu em 2014?
- A queda do grupo pôs em causa a saúde financeira do BES e de múltiplas empresas em Portugal. Ricardo Salgado deixou os principais negócios sob gestão dos tribunais no Luxemburgo, submersos em dívidas.
- O destino começou a ser traçado em 2008, quando a crise financeira fez com que Ricardo Salgado cometesse irregularidades para esconder a real situação financeira do grupo.
O que causou as dificuldades no GES?
- O endividamento excessivo. Com a crise global que começou em 2007-2008, a banca europeia passou ter regras mais exigentes, que implicaram sucessivos aumentos de capital para aumentar a solidez financeira. Para a família Espírito Santo conseguir injectar dinheiro no BES sem perder o lugar de principal accionista, as holdings endividaram-se cada vez mais. Essa dívida paga juros e havia novos empréstimos para pagar esses juros, no que se tornou vulgar chamar de esquema ‘ponzi’. Mas tornou-se cada vez mais difícil honrar os compromissos financeiros e angariar novos empréstimos. Alguns negócios ruinosos, como o imobiliário, contribuíram para o descalabro das contas, cuja situação real foi escamoteada.
O que aconteceu no BES?
- O banco emprestou dinheiro a empresas do grupo, num total de 1,2 mil milhões de euros, e tinha uma 'almofada' de 2,1 mil milhões de euros para fazer face a insuficiências. Mas nos últimos dias antes de Ricardo Salgado sair de funções, houve operações de gestão danosa que aumentaram a exposição aos negócios ruinosos da família Espírito Santo. O banco apresentou um prejuízo recorde no primeiro semestre e ficou descapitalizado, obrigado a uma intervenção do Banco de Portugal.
O BES foi separado em dois. Um chama-se Novo Banco e fica com a generalidade da actividade ‘boa’ do banco, com os depósitos, os balcões e os funcionários. O bad bank fica com os activos problemáticos.
Leonardo Afonso
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